A disciplina de Pesquisa Jurídica que atuei como docente no segundo semestre de 2013, foi um desafio desempenhado com sucesso com as alunas Cecília Jaques e Nathalia Gonçalves, que
participaram como representante e monitora da turma.
São delas os textos do blog que servirão de
análise e contextualização das metodologias ativas que procuramos aplicar na
disciplina de pesquisa jurídica. A perspectiva era de que os estudantes
buscassem problematizar as temáticas e as hipóteses construindo o melhor
caminho para a escrita do texto final da monografia. Parafraseando Paulo
Freire:
É neste sentido que, para mulheres e homens, estar no mundo
necessariamente significa estar com o mundo e com os outros. Estar com o mundo
sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem “tratar” a
sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar,
sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar,
sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência ou tecnologia, sem
assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem ideias de
formação, sem politizar não é possível. (FREIRE, 1996, p. 57-58).
Sem mais delongas, eis os textos das estudantes abaixo:
Cecília Jacques
O segundo semestre de 2013 foi marcante para os alunos da disciplina de pesquisa jurídica. Desde o primeiro dia de aula era nítido o olhar assustado de alguns, em que a grande maioria nem sabia ao certo quais as atividades seriam realizadas no decorrer do semestre, mas, aos poucos todos tiveram uma certeza, era chegado o momento de produzir.
Cecília Jacques
O segundo semestre de 2013 foi marcante para os alunos da disciplina de pesquisa jurídica. Desde o primeiro dia de aula era nítido o olhar assustado de alguns, em que a grande maioria nem sabia ao certo quais as atividades seriam realizadas no decorrer do semestre, mas, aos poucos todos tiveram uma certeza, era chegado o momento de produzir.
Com uma metodologia inovadora, os elementos do projeto de pesquisa foram sendo elaborados nas aulas, momento em que os textos dos alunos eram revisados, buscando refinar os temas para o tão esperado momento da conclusão e apresentação do projeto, para almejar com maior segurança a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.
Houve muitas dúvidas, questionamentos e até mesmo desistência de alguns alunos, há quem diga que a disciplina de pesquisa jurídica foi de vital importância para o entendimento das normas da ABNT, a saber como pesquisar, outros concluíram que essa disciplina deveria ser ofertada desde o início do curso, pois assim saberiam como elaborar um trabalho com qualidade. Por outro lado, houve também questionamentos sobre a real necessidade dessa matéria, será que é realmente necessário passar um semestre aprofundando sobre o possível tema do seu TCC?
A didática da professora Neide também foi questionada, alvo de críticas (positivas e negativas), mais uma vez foi apontado por alguns alunos de que houve uma "pressão psicológica" para que fosse elaborado os projetos. Mas, por outro lado, muitos elogiaram e disseram que essa cobrança é saudável e, na maioria das vezes, necessária para elaborar um trabalho de qualidade.
Hoje, percebemos que, mesmo entre possíveis pontos favoráveis e desfavoráveis, houve uma produtividade e amadurecimento da turma. E, muitos estudantes que no início do semestre não tinham nem a perspectiva de um tema definido, já estavam em busca de possíveis orientadores para auxiliarem nos semestres seguintes. Mas, em contrapartida, observamos ao final do semestre que, apesar de inúmeros avisos sobre a necessidade de pesquisar, escrever e seguir as regras da ABNT, alguns poucos, ainda, de forma equivocada, copiaram citações sem citar a autoria, caracterizando o recorrente plágio, tão combatido pelos professores, mas, tão comum entre os alunos. Para esses casos restou uma única alternativa de nota para a professora Neide, o "sem aproveitamento".
Todavia, até nesses casos, acreditamos que houve sim, um aprendizado, para os estudantes, que, surtirá como um incentivo para que o trabalho apresentado na disciplina seja original e fidedigno aos materiais utilizados na produção dos trabalhos acadêmicos.
Por fim, é preciso destacar que os ensinamentos, as orientações, a disponibilidade e, até mesmo, as dicas informais da professora Neide foram de fundamental importância para o bom desenvolvimento da disciplina, mas, que o grande diferencial dessa matéria é o interesse do estudante em buscar realizar um bom projeto de pesquisa, pois este servirá de base para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, e que isso só é possível com o empenho pessoal de cada aluno. Cecilia Jacques – Representante da Turma
Nathalia Gonçalves
As
aulas da disciplina Pesquisa Jurídica ministradas pela professora Neide Aparecida
Ribeiro, foram um presente de agregação de conhecimento à minha estada como
acadêmica do curso de Direito.
Com
um convite sutil dela por telefone, para ser sua monitora, senti-me importante
por fazer parte da metodologia desenvolvida em sala de aula com uma turma de 55
alunos. A metodologia foi inovadora, uma
vez que os estudantes desenvolviam em cada aula um tópico real do projeto,
tendo-o em mãos, ainda no meio do semestre, já concluído.
A
docente corrigiu, por etapas, a cada aula todos os trabalhos feitos no dia. A
relação com os estudantes foi a mais estreita possível para que cada um alcançasse
o objetivo final, o projeto de pesquisa feito com primor.
Para
melhor auxiliar os estudantes na confecção do projeto de pesquisa, li o livro
do professor Salo de Carvalho, “Como (não) se faz um Trabalho de Conclusão de
Curso”, e uma das afirmações dele indica que os estudantes, de Direito,
acreditam que vão estudar o tema escolhido para o projeto de pesquisa nas vias
de sua elaboração, em vez de já terem um prévio conhecimento adquirido sobre o
tema. Essa foi a maior dificuldade que identifiquei na turma, a escolha do tema
por não terem, na maioria dos casos, um conhecimento prévio sobre o tema
selecionado.
No
entanto, passada a fase de delimitação do tema, todas as aulas foram estimulantes.
As descobertas de cada acadêmico, com relação aos seus temas e o desenvolvimento
da pesquisa foram logo perceptíveis, a ponto de gerarem orgulho de vê-los
crescer na análise e investigação dos temas escolhidos para a pesquisa.
E
de fato isso aconteceu, ficando claro nas apresentações dos alunos que alguns deles
já poderiam se apresentar para uma banca examinadora de Trabalho de Conclusão de
Curso. Em todas as apresentações identifiquei um polimento crescente nos
estudantes e, fazer parte desse crescimento me fez crescer mais ainda e a me
identificar com a docência. O cotidiano com os estudantes, como monitora,
deu-me uma nova visão do conhecimento, muito mais apaixonada e crítica,
principalmente com as questões sociais brasileiras. Nathalia Gonçalves – Monitora da turma
Turma de pesquisa jurídica do Curso de Direito da UCB. Crédito da foto: Neide A. Ribeiro. |
Turma de Pesquisa Jurídica do segundo semestre de 2013. Crédito da fotografia: Luiz Henrique Matias da Cunha. |