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quinta-feira, 13 de março de 2014

VISITA À PENITENCIÁRIA FEMININA DO DISTRITO FEDERAL


Colmeia é o último presídio visitado pela Comissão de Ciências Criminais




Foto: Valter Zica


Na fotografia acima, a Diretora da Penitenciária Feminina, Dra. Deuselita Pereira Martins explicando ao Presidente da Comissão de Ciências Criminais e Segurança da OAB/DF, Dr. Alexandre Queiroz, o funcionamento da instituição prisional. À direita, Profa. Neide Aparecida Ribeiro. 

O Presidente da Comissão de Ciências Criminais e Segurança da OAB/DF, Dr. Alexandre Queiroz, acompanhado dos membros Vivian Ludmilla Gomes, Ulysses Machado, Alana Sallet Diniz, Raquel Castro e Neide Aparecida Ribeiro, visitarem a Penitenciária Feminina do Distrito Federal – PFDF e Ala de tratamento Psiquiátrico - ATP, localizadas na AE n. 01/RA II, Granja Luís Fernando, RA, Gama-DF.

Após a explicação da estrutura física e funcionamento do presídio pela Diretora Dra. Deuselita Pereira Martins, toda a comissão, acompanhados de servidores, visitaram as alas da unidade prisional

A penitenciária tem capacidade para abrigar 82 homens e 432 mulheres. Na data da visita haviam 106 homens e 595 mulheres ocupando o estabelecimento penal. Destaque-se que as penas cumpridas pelas mulheres abrangem o regime fechado, semi-aberto e aberto e, em torno de 80 homens estão em cumprimento de medida de segurança na ATP.

São 87 celas coletivas, com dimensões de 6,43m2 a 23,88m2, com capacidade de alocar, por cela, 4 e 12 pessoas. No relatório da inspeção mensal de estabelecimento prisional, datado de 15/01/2014, existe a informação de que o presídio com capacidade de ocupação, nas celas coletivas de 82 presos homens em que alocavam 104 presos, enquanto que as celas coletivas com capacidade de 432 mulheres, abrigavam 658 detentas, com ocupação total de 752 pessoas. 
         
Ou seja, a capacidade para abrigar homens e mulheres no total, era de 514 pessoas e estava ocupado com 750, o que equivale a um percentual de aproximadamente 46% (quarenta e seis por cento acima de sua capacidade).

Todas as presas usam uniformes, alguns em mau estado de conservação, recebem três refeições diárias, sendo: café da manhã, almoço e jantar, com exceção das gestantes que recebem quatro refeições.

No denominado Bloco Zero, é o local por onde ingressam os visitantes previamente cadastrados e habilitados a visitar as reeducandas e internos, e o scanner é utilizado para a revista. Gestantes e portadores de marca-passo desde que comprovem o estado gestacional e de saúde, não passam pela revista íntima em caso de fundada suspeita de estarem portando substância proibida.

A revista com o scanner é quase precisa. No entanto, o ideal é que, em detectado pelo scanner que o visitante está tentando ingressar na unidade prisional com drogas, por exemplo, se ingeriu droga, via oral, deva ser endereçado ao SUS para a realização de exames como, Raio X e endoscopia para as devidas providências legais. 

O presídio conta com horta, espaço administrativo, salas de aula destinadas às detentas, local para a prática de trabalho interno diversificado como artesanato e costura, cantinas, salão de beleza, espaço para banho de biblioteca, salas de atendimento médico, psicológico e odontológico, e uma área com bancos de cimento para eventos de porte médio ou cultos religiosos.

Há cursos que são ministrados como de recepcionista, maquiagem social, massagem, entre outros. Porém, a dificuldade de administrar a bolsa-auxílio é grande devido à burocracia das presas em receber o benefício já que várias delas não possuem a documentação exigida, estão com pendências financeiras o que dificulta o recebimento a que fazem jus.

Na área da saúde foi relatado que estão bem atendidas, já que muitas delas chegam debilitadas e dentro de alguns meses já estão mais fortes, com a facilidade que têm de assistência à saúde. A unidade prisional conta com 1 psiquiatra que atende as mulheres uma vez por semana, 2 psicólogos e dois auxiliares de enfermagem com espaço mau dimensionado, segundo a ANVISA.

A ATP que abriga pessoas em cumprimento de medida de segurança separa homens e mulheres apenas por um corredor, o que proporciona comunicação entre eles e eventual relacionamento amoroso.

Existe uma preocupação da Vara de Execução Penal (VEC) em priorizar o andamento processual das condenadas, dando-se prioridade processual, que, segundo dados estatísticos, 67% delas respondem por crime de tráfico de drogas. São muitos os problemas encontrados mas, o principal deles continua sendo a superlotação.

Vejam ainda mais informações em: http://www.oabdf.org.br/sem-categoria/colmeia-e-o-ultimo-presidio-visitado-pela-comissao-de-ciencias-criminais/#.UyHZMvldXoG

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