Vários estudantes me questionam sobre elaboração de trabalhos críticos. Em sala de aula recebo trabalhos sem formatação, sem a indicação correta dos dados mínimos na capa, como: o nome da Instituição de Ensino, o Curso, a Disciplina, o título (que deve ser em caixa alta), nome da Turma, turno, o nome completo e sem abreviação do estudante e/ou dos componentes do grupo (se o trabalho puder ser feito em grupo), o número da matrícula, o nome completo do professor, local e data.
Portanto, dadas as indicações de que são elementos básicos que devem estar contidos na capa, vão outras recomendações que estão, inclusive, presentes nas normas da Associação Brasileira de Notas Técnicas (ABNT).
Se o tema versar sobre violência, por exemplo, a primeira providência a ser tomada é escolher um bom autor que trate do assunto com propriedade. Ou seja, comece com um autor clássico e procure, pelo menos um autor contemporâneo (atual, mais novo). Busque sites que contenham pesquisas sobre a violência como o Ministério da Justiça, a ONU, o CNJ, para ter ideia de qual violência abordam. Pode ser violência contra criança, contra a mulher, contra o idoso...
Depois das leituras preliminares, se o trabalho for em grupo dedique um tempo (pelo menos uma hora) para que todos discutam os textos lidos e pesquisados e acordem na técnica da abordagem da escrita.
O texto deve ser limpo e objetivo. Parágrafos curtos e bem alinhados com uma ideia que tenha começo, meio e fim. Em outras palavras, com introdução, desenvolvimento e conclusão, mesmo que seja um texto de uma página corrida.
Frases de baixo calão ou de senso comum devem ser evitadas. Assim como, erros crassos de português e de digitação.
A formatação do texto deve ser em 1,5 entre linhas, letra 12, arial ou times, com paragrafação em 1,5, referenciação dos autores no meio do texto e na bibliografia (referências).
Em caso de dúvidas, basta ingressar no Google Acadêmico e verificar a formatação de artigos publicados.
Às vezes, determinados estudantes mais resistentes dizem que o que escreveram saiu da própria memória. Pergunto se a memória lembra algum autor lido, no que obtenho a resposta afirmativa. Oras, se leu texto de terceiro, o autor deve ser respeitado, citado como referência primária e obrigatória.
A escrita crítica proporciona a oportunidade de ousar e discordar dos autores lidos. No caso da violência, explicar como é combatida (se o fenômeno puder ser assim lidado como em uma guerra) ou destacar as desastradas políticas públicas implementadas. Para tanto, se a leitura inicial não fluir não existirá a possibilidade de se ter senso crítico que implica em ir além do óbvio.
Por fim, as referências que devem ser TODAS citadas sob pena do estudante cometer plágio ou até mesmo crime de violação de direito autoral. Para exemplificar melhor, recomendo a leitura de um artigo de minha autoria sobre a reabilitação criminal, publicado na Revista Interacções em 2015, conforme o link abaixo:
http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/8493/6067
http://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/8493/6067