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domingo, 12 de janeiro de 2014

Os questionamentos sobre a catástrofe do presídio de Pedrinhas-MA



Roseana Sarney em reunião com o ministro José Eduardo Cardozo e a cúpula da segurnaça no estado (Foto: Divulgação/Secom)


Roseana Sarney em reunião com o ministro José Eduardo Cardozo e a cúpula da segurnaça no estado (Foto: Divulgação/Secom)


As chacinas no presídio de Pedrinhas no Estado do Maranhão somente vem comprovar a monstruosa falência do sistema penitenciário. Em todo o país os estabelecimentos penais necessitam de urgente amparo do Governo Federal e atenção especial das autoridades locais.

Em regra, o condenado ao ser preso encontra celas superlotadas, tratamento desumano, ausência e desinteresse dos governos na implementação de políticas de execução penal como a individualização dos presos e serviço de gratuidade da justiça, agentes penitenciários esgotados com acúmulo de serviço e baixos salários, ausência de fiscalização dos órgãos da execução criminal, descumprimento dos seus direitos previstos na Lei de Execução Penal – LEP, entre outros.

Quando a situação fica mais caótica do que já é, leia-se, quando a mídia noticia motins e rebeliões ou a exemplo do caso emblemático de Pedrinhas no Maranhão, com a morte de vários presos é que as autoridades resolvem agir. Ressalte-se que em Pedrinhas a mídia reporta que os próprios presos tem a voz de comando no presídio em que morreram outros tantos com decapitação de cabeças sendo filmada por eles próprios.  

As medidas anunciadas na última quinta-feira, dia 9 de janeiro em caráter emergencial, segundo o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso compreendem a criação de um comitê gestor sob a gestão da Governadora do Estado, Roseana Sarney com a supervisão do governo federal, como: medidas de remoção de presos para outras unidades prisionais, implementação de políticas de execução criminal a exemplo de um núcleo de atendimento aos familiares dos presos, atuação da defensoria pública para verificação da situação dos presos, capacitação de policiais, construção de unidades prisionais e aplicação de penas alternativas e monitoramento.

Segundo informa o portal da Secretaria de Comunicação do Estado do Maranhão – SECOM, quando assumiu o governo encontrou o estado sem viaturas de uso da polícia e que investiu pesado na segurança pública. Todavia, admite que atualmente a superlotação de Pedrinhas é de dois mil internos a mais do que suporta sua capacidade. Disponível em:<http://www.secom.ma.gov.br/index.php/noticias/8-noticiaultima/203-governo-enfrenta-superlotacao-carceraria-com-investimentos>. Acesso em: 12 jan. 2014.

Daí as perguntas que surgem são: porque a letárgica atuação do Poder Público em prevenir e resolver situações como essa? Onde estão os investimentos do sistema carcerário brasileiro e porque os recurso são contingenciados pelo Governo Federal? Será que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em suas visitas realizadas pelo mutirão carcerário de 2010 e 2011 não relataram que consequências nefastas como a morte de uma criança indefesa pudesse ocorrer em represália a uma intervenção no presídio? Porque as ações governamentais são movidas em caráter emergencial quando deveriam decorrer de uma situação de normalidade?

Enfim, e para concluir, dificilmente teremos respostas razoáveis para os questionamentos acima. Resta fazer a nossa parte em problematizar, investigar e acompanhar a atuação dos governos e registrar que é através do voto do eleitor consciente que poderemos ter a esperança de que essa situação caótica dentre várias outras, pode ser modificada.  



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