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sexta-feira, 22 de março de 2019

A RELAÇÃO DO BULLYING NOS ATAQUES DAS ESCOLAS EM SÃO PAULO


O termo “violência” e o fenômeno da violência em geral tem sido muito debatida ultimamente nos meios de comunicação em geral. Foi, inclusive, foco da tese do meu doutorado concluído em 2018, pela Universidade Católica de Brasília.

Hanna Arendt explica que a violência envolve relação de poder. Foucault na obra “Vigiar e Punir” afirma que o suplício dos corpos  e o sofrimento de quem está em uma condição de vulnerabilidade, pode ser encontrado em três ambientes: prisão quartel e escola, lugares que o autor francês denomina de instituições totais (ARENDT, 2009; FOUCAUT, 2009).

Das três, no post de hoje irei me deter na instituição – escola. Um lugar de convivência dos professores, estudantes, pais e profissionais que permeiam o locus escolar, onde o aprendizado e o ensino convivem juntos na busca do conhecimento.

Retomando o foco – tema de hoje – violência na escola, a pergunta é: qual ou quais os principais problemas relacionados à violência na escola? Na pesquisa realizada sobre bullying e cyberbullying, em 4 (quatro) escolas de Palmas – Tocantins, as falas dos estudantes entrevistados revelaram que o diálogo é fundamental no ambiente escolar. Esconder ou não enfrentar casos de conflitos dos e entre os estudantes,  desconhecer as novas formas de violência que ocorrem no meio presencial e virtual, não se interessar pelas novas modalidades de violência virtual são situações que reduzem as chances dos estudantes relatarem as situações de violências que são ou foram vítimas.

As notícias veiculadas na mídia revelaram que os estudantes que foram os autores do ataque às pessoas (professores e alunos) da escola de Suzano em São Paulo eram vítimas de bullying. Não existe justificativa para o nível de violência e sofrimento a todas aquelas vítimas vulnerabilizadas em um ambiente fechado, sem direito à defesa, entretanto, é preocupante saber que os autores dos disparos além de agressores também foram vítimas do bullying.

Fontes:
Arendt, Hannah. Sobre a violência. Tradução de André de Macedo Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. De Raquel Ramalhete. 
Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. 
Imagem: Google imagens. 

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